A maior parte da nossa vida hoje encontra-se no mundo digital. É inegável o impacto da evolução tecnológica nas coisas mais simples do dia a dia. O mais incrível é a velocidade com que as coisas estão avançando se pensarmos que a primeira rede de internet começou a funcionar apenas 30 anos atrás, e o primeiro smartphone foi lançado há 11 anos.
De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), 75% dos domicílios brasileiros contam com acesso à internet, dos quais incríveis 98% são feitos pelo telefone celular e cuja maioria utiliza WhatsApp, Facebook e outros aplicativos de relacionamento social.
Para entender o que está acontecendo, é triste constatar que há mais acesso à internet que a saneamento básico. Mais de um terço dos brasileiros (70 milhões) não têm acesso à rede de esgoto. Esse é um outro assunto que vamos abordar em breve.
Levantamentos independentes feitos por empresas de tecnologia revelam que já há mais de um smartphone por habitante. Num estudo realizado pela consultoria MOB Inc., percebeu-se no entanto que as pessoas das classes mais baixas ainda não estão por dentro dos conceitos de inteligência artificial (40%), embora 86% confirmaram já terem sido atendidas por robôs – e até reconhecem essa tecnologia em funcionamento.
Muitas atividades hoje podem ser feitas por meio dos aplicativos. É até impossível listar a quantidade de coisas que podemos resolver com alguns cliques. Na indústria, no comércio e nos serviços o uso de tecnologia não é mais uma coisa futurista, algo que “ainda falta muito para chegar aqui”. Chegou. E rápido. Estamos vivendo uma transformação na produtividade e nas relações de trabalho.
Mais de 5,5 milhões de brasileiros sobrevivem por meio de aplicativos. Só de motoristas do Uber são mais de 500 mil. O banco Itaú anunciou o fechamento de 400 agências físicas e está apostando pesado nos aplicativos. De novo: isso já é uma realidade.
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que reúne 36 dos países mais desenvolvidos, trouxe recentemente dados alarmantes: 14% dos trabalhos atuais serão automatizados; 32% serão radicalmente transformados; porém 6 em cada 10 trabalhadores não têm habilidades para trabalharem com computadores e o trabalho não-convencional (sem carteira assinada ou vínculo empregatício) não é um fenômeno marginal.
Por isso nós, do PRB/Republicanos, defendemos em nosso novo programa a adoção de novas tecnologias em todas as esferas de governo, especialmente de inteligência artificial. É preciso utilizar as ferramentas e a conectividade para, entre outras coisas, desburocratizar e facilitar a vida das pessoas que se relacionam com o poder público. Não podemos ter dois mundos: o corporativo – digital e ágil, e o governamental – analógico e lento.
Em paralelo, é essencial que a educação básica também seja transformada neste sentido. Nossas crianças não terão nenhuma chance no futuro se não tiverem contato, já na primeira infância, com a inovação e com noções de empreendedorismo de base tecnológica. É muito mais proveitoso o investimento maciço na educação básica do que correr atrás do prejuízo durante a adolescência e a fase adulta.
Precisamos nos aprofundar neste debate. Mas de forma rápida. Porque o futuro é agora.
Boa semana.
Marcos Pereira
Presidente Nacional do PRB/Republicanos
Vice-Presidente da Câmara dos Deputados